segunda-feira, 27 de julho de 2009

Hoje:


A artista plástica Regina Vater

inaugura no dia 27 de julho às 19 horas uma exposição individual na Galeria de Arte Maria de Lourdes Mendes de Almeida da Universidade Candido Mendes, na Rua Joana Angélica 63 em Ipanema.

Artista de carreira internacional e recém chegada de Londres onde inaugurou uma exposição individual com muito sucesso apresentada pelo crítico Guy Brett, a carioca Regina Vater mostrará na Galeria da Candido Mendes um conjunto de obras - instalação, desenhos e fotos - que intitulou VerVê ou o Olho da Onça.

Nesta exposição Regina apresenta a arte em seus possíveis significados: como alimento, como portal para outras dimensões sensoriais, mas também faz alusão à arte como instrumento de cura da percepção.

O título VerVê vem em parte dos VEVE: riscos no chão da tradição Africana (Brasil e Haiti). E também se refere à pintura dos índios Navajos e às mandalas de areia do Tibet, ambas provisórias.


Vervê ou o Olho da Onça é uma enorme pintura também provisória feita no chão usando milho, arroz e feijão preto, os grão básicos que alimentam as Américas. Sua forma, que conjuga as conotações metafísicas do círculo e da espiral, foi inspirada em uma abstração da onça pintada - olho e cauda. A onça é um animal via de regra eleito protetor dos xamãs, pajés e curandeiros, desde o Texas a Terra do Fogo.

A escolha se baseia no fato da onça conseguir se locomover com facilidade na noite da floresta. Sob sua proteção os xamãs podem se embrenhar na escuridão do inconsciente humana para curá-lo.
Esta instalação carrega em si, então, além dos significados da arte pensada como alimento e como portal para outras dimensões sensoriais, a alusão à arte como instrumento de cura da percepção. Tanto as mandalas tibetanas quanto as pinturas dos índios Navajos são feitas com intenção de cura.

Este aspecto do meu trabalho é geralmente expresso por conexões que estabeleço com as tradições arcaicas, principalmente indígenas e africanas. Nestas cosmologias o caráter sagrado da natureza, os laços entre pessoas e a relação humana com o natural estão melhor preservadas, e constituem não só uma importante fonte de inspiração, mas uma tentativa de ressuscitar no público a noção de natureza como espaço sagrado.
Alimentação, cura e visão. Mais que visão de quem vê mas não enxerga, de quem ouve mas não escuta, de quem percebe mas não sente, a visão na noite dos sonhos. O cheiro do alimento sendo preparado, o milho colhido para a festa da tribo.


Rubens Pileggi



Regina que fez sua primeira instalação conectada com ‘Arte Povera’ e pioneiramente com conceitos ecologicos aqui mesmo no Rio de Janeiro (praia de Joatinga), em 1970, pouco antes de se mudar para São Paulo onde viveu cerca de dez anos tambem comecou a experimentar com fotografia em 1972/73 nas suas notorias séries do “Nós” e do Luxo-Lixo que lhe deram o premio de viagem ao exterior pelo MEC e a representacao do Brasil na Bienal de Veneza em 1976 onde mostrou um trabalho cujo som foi feito com Helio Oiticica.
Regina possue trabalhos fotograficos em varias importantes colecoes internacionais em museus no Brasil e nos Estados Unidos como tambem na Biblioteca Nacional em Paris.
Parte da serie destes desenhos que ela estara exibindo agora no Rio fazem parte agora da colecao do Austin Museum of Art.
Sua obra, pioneira tambem se extende a midias como o Super-8, video (seu primeiro video foi realizado em Paris em outubro de 1974), poesia visual, livro de artista e perfomance. Apesar de seu nome ser considerado uma referencia importante nas artes plasticas brasileiras, desde sua saida do Brasil no final dos setenta sua obra ficou ignorada no pais. Mas basta lancar seu nome no google para que o publico curioso fique a par da vitalidade do trabalho desta artista durante todos estes anos.
Como artista plástica, Regina recebeu também vários outros prêmios internacionais, destacando-se entre eles uma Guggenheim Fellowship em 1980. De 1980 a 1985, viveu, trabalhou e expôs intensamente em Nova York. Não so exibiu seu trabalho, como ajudou a promover a obra de outros artistas latino-americanos. Em 1979 organizou “Brazilian works on paper, 49 artists” que contou com inumeros nomes hoje muito importantes como Oiticica, Lygia Clark, Cildo Meireles, Ana Maiolino, Paulo Brusky,Anna Bella Geiger, etc, etc, Em 1982 organizou “Brazilian Super-8 Films” no famoso Millenium de New York cujo programa contou com filmes de Paulo Bruski e Ana Maria Maiolino. Foi uma das duas editoras de um numero da FLUE, publicada pela Franklin Furnace, de Nova York. Foi a primeira vez que uma revista de arte norte-americana dedicou toda uma edição à arte experimental da América Latina. Desde 1985, vive em Austin - Texas, com seu marido o renomado artista e professor americano Bill Lundberg.

Em 2002, recebe a ordem do Rio Branco pela promoção da cultura brasileira no exterior e em 2004 e entrevistada em tres secoes de tres horas cada uma para os arquivos orais do Smithsonian Institute que e o depositario da memoria Americana em Washington. A transcricao desta entrevista esta no website do Smithsonian.



Regina Vater no Palavrarte:

http://palavrarte.com/equipe/equipe_regina.php


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